5G é mais para empresas do que para o consumidor final, diz fundador da Huawei
Por mais irônico que isso possa parecer, vindo de uma empresa que já lista em seu site oficial pelo menos três smartphones que ofereçam essa conexão, a Huawei acredita que o 5G será mais benéfico às empresas do que ao consumidor final. Isso segundo fundador e presidente da empresa Ren Zhengfei, que fez a afirmação em entrevista ao jornal chinês South China Morning Post.
De acordo com o executivo, o 5G, caso seja adotado em larga escala apenas como uma ferramenta de maior velocidade de internet e largura de banda móvel, será uma falha completa. Ele cita vários exemplos empresariais para reforçar seu posicionamento: o Shongshan Lake Park, na China, foi construído usando tecnologia 5G, bem como a petrolífera Saudi Aramco, que construiu um parque industrial com a quinta geração de internet móvel.
Zhengfei argumenta que o 5G permitirá às empresas diversas possibilidades de automação que eram simplesmente impensáveis na época do 4G, especificamente citando companhias que atuam em processos de manufatura e inteligência artificial. O executivo nominalmente fala da indústria de aviação e outros setores que tenham “chão de fábrica”, porque o 5G traz grande largura de banda e baixa latência, além de outros benefícios de extrema importância para empresas.
“Nós acreditamos que o maior uso agora seja para as empresas, ou seja, sua aplicação comercial para que pessoas criem coisas mais avançadas”. Citando o Brasil, o executivo passou a listar diversos exemplos pontuais: “Uma mina a céu aberto no Brasil pode trocar a sua força de trabalho por controle 5G, enquanto fazendas de grande porte podem usar automação via 5G. Tratores seriam capazes de cultivar o solo por 24 horas, desde que você se lembre de colocar combustível neles”.
“Se em lugares como a África houvesse maquinário agrícola trabalhando 24 horas por dia, o quão bom essas tecnologias seriam para o país”, continuou Zhengfei. “Existem inúmeros usos para o 5G em seu formato atual, é uma tecnologia nova ainda. E ela ainda nem chegou a um nível muito forte de uso de funções. Ela ainda vai crescer mais nos próximos anos”.
Ren Zhengfei também estabeleceu uma previsão — ainda que sem nenhum embasamento — sobre a chegada de uma geração seguinte: segundo ele, o 6G ainda não ultrapassou a barreira das pesquisas em teorias, ou seja, zero aplicação prática neste momento. No entanto, o presidente da Huawei argumenta que ele deve chegar em meados de 2030.
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